Ogma : Criador do Ogham como escrita e oráculo.

Ogma é um deus gaélico alinhado aos Tuatha Dé Danann, a tribo dos deuses das artes e dos ofícios – tribo dos deuses que personificam a Ordem. Ogma é considerado o campeão dos Tuatha Dé Danann e um companheiro extremamente fiel do rei. Alguns de seus títulos são Trenfher, que significa “homem forte”, e Grianainech, que significa “face do Sol”. Ogma é um deus interessante, pois ao mesmo tempo que em alguns mitos gaélicos, como nas Batalhas de Moytura, é representado como um homem guerreiro de muita força, também é considerado um deus da eloquência, da poesia e da inteligência.

Criador do Ogham

Uma das fontes primárias que nos mostram seu aspecto da eloquência é o In Lebor Ogaim, ou “Tratado do Ogham”. Nesse escrito, nos é dito que Ogma foi o deus responsável pela criação do Ogham, que era uma forma primitiva do gaélico irlandês e que possuía seu alfabeto composto por espécies de runas. O tratado diz que Ogma é o pai do Ogham, e a mãe do Ogham é a mão de Ogma.

“Quais são o lugar, hora, pessoa e causa da invenção do Ogham? Não é difícil. Seu lugar é a ilha de Eriu (Irlanda), onde nós, irlandeses, vivemos. Foi inventado no tempo de Bres, filho de Elatha, rei da Irlanda. Ogma, filho de Elatha, filho de Delbaeth, irmão de Bres, foi seu criador. Pois bem, Ogma, um deus hábil na fala e na poesia, inventou o Ogham. A causa de sua invenção, como prova de sua engenhosidade e inteligência, é a de que esse alfabeto deveria pertencer aos letrados à parte, com exclusão dos rústicos e dos pastores. […]. O pai do Ogham é Ogma, a mãe do Ogham é a mão ou faca de Ogma.”

 

In Lebor Ogaim.  

 

 

O Campeão

Quanto ao aspecto guerreiro de Ogma, não nos faltam fontes, sendo a Cath Maig Tuired (“A Batalha de Moytura”) a principal delas. Nessa fonte, é narrado que, após a primeira Batalha de Moytura, os Tuatha Dé Danann se depararam com um reinado extremamente tirano e caótico, que era o de Bres. Nesse reinado, Bress agia em prol dos Fomorianos, que são basicamente a contraparte caótica dos Tuatha Dé Danann – ou seja, enquanto os Tuatha Dé Danann personificam a Ordem, os Fomorianos personificam o Caos.

Consequentemente, ao mesmo tempo que Bres agia em prol dos Fomorianos, ele também agia contra os Tuatha Dé Danann, rebaixando esses últimos a posições completamente indignas. Um exemplo disso foi o que ocorreu com Ogma, que foi obrigado a trabalhar como servo, coletando e carregando lenha até às chamas – pois Ogma é forte e, portanto, era propício ao trabalho.

Os Tuatha Dé Danann, cansados de tal tirania, revoltaram-se contra Bres e derrubaram-no. Dessa forma, Nuada, um Tuatha Dé Danann, tomou o lugar de Bres e Ogma tornou-se seu campeão, isto é, um companheiro forte e leal do rei. Pouco tempo depois, Ogma se sentiu ameaçado por Lugh, um deus que proclamava ter domínio sobre todos os ofícios. Assim, Ogma temia que poderia perder para ele [Lugh] o seu lugar de campeão e companheiro do rei.

Sentindo-se intimidado, Ogma desafiou Lugh, levantando uma pedra que pesava cerca de oitenta bois e lançando-a para fora do lugar de onde estavam, isto é, Tara. Lugh respondeu ao desafio, levantando e lançando a pedra de volta para seu lugar original. Nuada se impressionou com a força e precisão de Lugh e cedeu seu lugar de rei para ele, enquanto Ogma continuou como campeão do rei, mantendo seu cargo.

Mais tarde, quando Lugh havia finalmente obtido o comando da Segunda Batalha de Moytura, Ogma novamente demonstra o motivo de ser chamado de campeão e de levar o título de Trenfher (“homem forte”). Basicamente, Lugh perguntou ao Ogma qual seria a sua função na guerra. Ogma o respondeu dizendo que iria derrotar o rei dos Fomorianos e seus guarda-costas ao mesmo tempo que ganharia sozinho um terço da batalha para os homens de Eriu (Irlanda). E, de fato, assim o fez – embora haja algumas confusões quanto a isso nos textos.

Posteriormente, após os Tuatha Dé Danann terem derrotado os Fomorianos, Ogma, junto com Dagda e Lugh, saem para recuperar a harpa de Dagda, que havia sido roubada pelos Fomorianos.

Interpretações

Autores como John Arnott MacCulloch sugerem que o título de campeão de Ogma pode derivar “do costume primitivo de despertar as emoções dos guerreiros por discursos eloquentes antes de uma batalha”. Desse modo, a força de Ogma representada nos mitos estaria relacionada à sua própria arte da eloquência e inteligência, e sua força não seria algo separado de seu poder de fala, mas sim um efeito imediato desse poder.

Deus da Eloquência e da Inteligência

Outro autor e estudioso dos celtas chamado Mark Williams fortalece ainda mais a interpretação de que a força de Ogma estaria relacionada à sua própria eloquência. Williams sugere que quando Bres, no seu reinado tirano, submeteu Ogma a coletar e carregar lenha até o fogo, ele não estava simplesmente fazendo uso da força de Ogma, mas também fazendo uma alusão ao seu intelecto.

As razões para isso são simples: Williams sugere que as madeiras coletadas e levadas até o fogo por Ogma para virarem lenha são referências ao próprio alfabeto Ogham, pois cada letra que compõe o alfabeto Ogham leva o nome de fíd, que significa literalmente “madeira”, sendo seu plural, feda, o mesmo que “madeiras”.

“Que o fato do trénfhero “homem forte”, dos Tuatha Dé Danann dever transportar madeira é ruim, isso sabemos, mas o significado é mais profundo. Embora o autor da saga não o mencione, Ogma foi dito ser o inventor do alfabeto Ogham. Em irlandês, a palavra para uma letra desse alfabeto era fid, “madeira”, de modo que pode ser que a madeira que ele é forçado a carregar pretendia ser uma paródia das letras e do alfabeto que ele criou”.

Mark Williams

Ora, o alfabeto criado por Ogma representa, em suma, a sua própria inteligência, intelecto e engenhosidade, pois, como nos diz o In Lebor Ogaim, o “Tratado do Ogham”, Ogma criou o alfabeto Ogham para separar os letrados dos iletrados, a elite intelectual da plebe: “A causa de sua invenção, como prova de sua engenhosidade e inteligência, é a de que esse alfabeto deveria pertencer [apenas] aos letrados à parte, com exclusão dos rústicos e dos pastores“.

Portanto, o fato da lenha coletada por Ogma ter sido carregada para as chamas pode ser uma metáfora à afirmação de que, no reinado sombrio e tirano de Bres, que reinava em prol dos Fomorianos, o conhecimento e a inteligência não eram valorizados, mas jogados às sombras e ao fogo, ou seja, eram descartados.

Também não se pode esquecer que a inteligência de Ogma não era reservada apenas aos princípios matemáticos (engenhosidade) e da fala (eloquência), mas também ao conhecimento do divino e o conhecimento oculto. Se essa interpretação estiver correta, ela se harmoniza perfeitamente com o fato dos Tuatha Dé Danann terem sidos rebaixados no reinado de Bres, pois o conhecimento do divino estaria sendo jogado nas chamas e sendo descartados, com o Caos predominando.

Somado a isso, como já vimos no post sobre Cosmologia Celta e no post sobre o “Mito de Criação” Celta, a vitória dos Tuatha Dé Danann sobre os Fomorianos no final da Segunda Batalha de Moytura representa a vitória da Ordem, vinda do Céu, sobre o Caos, vindo do Mar.

Isso explicaria o porquê de Ogma ter precisado carregar lenha até às chamas no reinado de Bres, mas não ter precisado depois, no reinado dos Tuatha Dé Danann. Afinal, se o reinado de Bres, que governava em prol dos Fomorianos, representava o Caos primordial, então não havia nele lugar para a inteligência, pois essa última está relacionada com a Ordem. Por outro lado, se o reinado dos Tuatha Dé Danann representava a Ordem posterior ao Caos, então nele finalmente a inteligência havia de sair das sombras.

Trí Dée Dána

Esse aspecto que Ogma possuir de reger sobre a eloquência, a inteligência e a sabedoria é importante, pois nos dá margem para analisar uma outra coisa: o trio dos deuses das artes, chamado trí dée dána – composto por Ogma, Dagda e Lugh. Para isso, primeiro precisamos meditar um pouco a respeito do que é uma tríade.

Uma tríade é basicamente um conjunto formado por um começo, um intermediário e um fim. Em outras palavras, é um conjunto formado por dois polos que são unidos por um intermediário. O intermediário assemelha-se aos dois polos e une os dois, fazendo uma ponte entre ambos. Se o trio desses deuses forem analisados à luz do conceito de tríade, podemos interpretar que ele é composto por dois deuses polares de características aparentemente distintas que são unidos por uma ponte, que faria os três deuses estarem ligados e interconectados uns com os outros.

Então, dentre essas divindades, qual é aquela que possui a função intermediária de unificar as forças polares? Não é difícil, é Dagda. As razões para isso são simples: seus símbolos e seus títulos. Dagda é também conhecido pelo título de Ollathair, isto é, o “Pai de Todos”. Portanto, ele é, simbolicamente, o pai de todos os Tuatha Dé Danann. Isso implica, consequentemente, que todos os Tuatha Dé Danann são unidos por Dagda, pois todos os Tuatha Dé Danann possuem, metaforicamente [não necessariamente sanguineamente], o mesmo pai em comum, evidenciando a essência unificadora de Dagda. Além disso, um dos símbolos de Dagda é o seu bastão, que é capaz, de um lado, de tirar a vida dos vivos, e, de outro lado, de doar vida aos mortos, evidenciando, novamente, sua unidade unificadora de opostos – unificadora da vida e da morte, das forças criativas e das forças destrutivas.

Dito isso, o que Ogma e Lugh representam? Também não é difícil, o primeiro representa a inteligência e a sabedoria, como já exposto mais acima, e o segundo representa o poder. O fato de Lugh representar o poder é evidenciado pelo simples motivo do mesmo se tornar o rei da Irlanda e também ter dito possuir poder e domínio sobre todos os ofícios – e ter demonstrado isso ao ser desafiado por Ogma.

Mas qual seria a relação de Ogma e Lugh, ou, melhor dizendo, de sabedoria e poder? simples, um só é eficiente se tiver o auxílio do outro. O poder sem a sabedoria para direcioná-lo é cego, e a sabedoria sem o poder para concretizar as ideias é vazia e inútil. Desse modo, Dagda serve de ponte para transmitir a característica de um ao outro. Ou seja, para transmitir a sabedoria de Ogma para Lugh e o poder de Lugh para Ogma. O ato de Ogma ter força, por exemplo, para levantar uma pedra equivalente ao peso de oitenta bois e o ato de Lugh ter inteligência para comandar e vencer uma guerra demonstram claramente que a transmissão da característica de um para o outro é bem sucedida.

Essa relação de Lugh e Ogma também é perfeitamente demonstrada no próprio duelo que ambos os deuses possuem: Ogma levanta uma pedra que pesa mais que oitenta bois e arremessa-a para longe, mostrando que possui poder; e Lugh levanta a pedra e arremessa-a precisamente de volta para seu lugar original, mostrando que possui sabedoria para direcionar seu poder. A força de Ogma para levantar a pedra pode ser interpretada como advinda de sua relação com Lugh, e a sabedoria de Lugh para direcioná-la corretamente à sua posição original poderia ser interpretada como advinda de sua relação com Ogma.

Grianainech, “Face do Sol”

Além desses fatos, Ogma também é conhecido como Grianainech, “Face do Sol”, o que pode ser uma alusão à sua eloquência encantadora e brilhante. Entretanto, talvez o significado desse título também seja mais profundo.

TRINDADE SOLAR (DAGDA, BRIGID E OGMA)

Como já dito no post sobre Dagda e no post sobre Brigid, Dagda representa a essência divina, por ter uma essência de unidade unificadora; e Brigid, sua filha, representa a revelação dessa essência divina, espalhando-a e revelando-a no Cosmos.

Dagda

Dagda é o fabricante da essência divina porque é, simbolicamente, o “Pai de Todos [os deuses]”, contendo em si uma união dos mais variados poderes divinos, já que todos os deuses [Tuatha Dé Danann] são unidos, simbolicamente, por ele. Dagda também porta um bastão que representa a união entre polos opostos, a união entre a força doadora de vida e a força entrópica, demonstrando que é possuidor de ambos os extremos – e que ambos os extremos são uma coisa só: o bastão de Dagda.

Brigid

Brigid é a reveladora da essência divina porque é a deusa que, simbolicamente, personifica o Sol no seu período de Grande Sol. Ora, o Sol é a estrela que ilumina a escuridão, dando forma ao que antes era carente de forma. Na escuridão, todas as coisas são puramente probabilidades e totalmente indistinguíveis. Quando a luz entra em contato com a escuridão, todas as coisas que antes eram puramente probabilidades saem do seu estado de mera potência e manifestam sua verdadeira forma, abrindo a possibilidade de distinguir-se cada coisa das outras. A luz revelada por Brigid é fabricada por Dagda, que não é apenas seu pai simbólico [proveniente do título de Ollathair], mas também seu pai sanguíneo.

Movimento

Entretanto, a fabricação e a revelação não são suficientes para o Cosmos ser como é, pois o Cosmos é manifestado através do movimento e do devir, havendo a necessidade de ter um princípio que represente o movimento, pois Brigid revela a forma das coisas, mas não movimenta-as. Assim, que deus seria mais propício para personificar o princípio do movimento senão Ogma?

Ogma

Ogma representa perfeitamente o movimento por duas razões: o movimento é regido pela inteligência, pois não é um movimento desordenado, mas um movimento harmônico, seguindo leis naturais; a arte da eloquência é a perfeita representação do princípio do movimento, pois as palavras transformam ideias simples e estáticas, presentes na mente, em conceitos e definições compostos e dinâmicos, gerando um movimento da primeira palavra até a última, ou seja, movimentando a ideia que antes era apenas uma ideia fixa e sem movimento.

“Tratado do Ogham” fortalece perfeitamente essa interpretação, pois diz claramente que o pai do Ogham é o Ogma, e a mãe do Ogham [que dá à luz o Ogham] é a própria mão ou faca do Ogma:

O pai do Ogham é Ogma, a mãe do Ogham é a mão ou faca de Ogma“.

In Lebor Ogaim

Uma possível exegese desse trecho é a de que o Ogma elabora as palavras que definem uma certa ideia, e sua mão manifesta essas palavras na realidade através do seu alfabeto. O mesmo ocorre com a geração de um filho(a) por um Pai e por uma Mãe: o Pai “fabrica” o filho e transmite-o à mãe, fazendo com que essa última, posteriormente, gere-o.

Dessa forma, Ogma “fabrica” as palavras, dando movimento a uma ideia que antes não era definida por um conjunto de palavras, mas era apenas uma ideia pura e simples. Sua mão, por outro lado, manifesta-as na realidade, escrevendo o “movimento”. Nessa interpretação, o tempo animado (movimento) é como um livro escrito por Ogma – pensado por ele e escrito pela sua mão.

Tal interpretação ainda nos dá uma outra explicação para o tradicional uso do Ogham para fins oraculares e divinatórios. Afinal, nessa interpretação, Ogma escreve o movimento, e, consequentemente, o Destino, através do Ogham. Ou melhor, o Ogham é a representação física e encósmica (dentro do Cosmos) do alfabeto metafísico e hipercósmico (acima do Cosmos) que Ogma usou para escrever o destino, o tempo e o movimento cósmico.

Conclusão

Conclui-se, portanto, que Dagda, Brigid e Ogma formam uma trindade solar, com Dagda fabricando a essência divina, Brigid revelando-a e Ogma movimentando-a. Os três deuses, inclusive, não são ligados apenas por laços simbólicos, mas também são ligados por laços sanguíneos, pois Brigid é filha de sangue de Dagda, e Ogma é irmão de sangue de Dagda.

Assim, o título de “face do Sol”, Grianainech, com efeito, faria uma analogia simbólica aos raios que saem do Sol e iluminam a escuridão, pois esses raios representam o movimento da luz revelada por Brigid, porque nascem da fonte e descem até à escuridão através de um movimento.

A ligação de Ogma com o movimento também pode ser fomentada por um estudo de religião comparada. Afinal, Ogma, ao representar a inteligência, a engenhosidade e a eloquência, assemelha-se ao deus romano Mercúrio, ao deus grego Hermes e ao deus egípcio Toth, e todos esses deuses foram, nas mais variadas escolas de Mistérios da antiguidade, associados com o movimento.

[Novamente lembrando (para evitar má interpretações): “assemelhar-se” não é o mesmo que “igualar-se”, pois cada deus difere um do outro, mesmo possuindo semelhanças. Isto é, Mercúrio, Hermes, Toth e Ogma não são os mesmos deuses, embora sejam semelhantes e, possivelmente, apontem para uma mesma essência.]

Ogma e Ogmios

Muitos estudiosos acreditam que Ogma possui um deus celta-gaulês correspondente chamado Ogmios – enquanto alguns outros, como Rudolf Thurneysen, recusam qualquer tipo de ligação entre ambos, mesmo com eles sendo evidentemente semelhantes em diversos aspectos, até mesmo etimologicamente.

Ogmios é um deus gaulês da eloquência que possui uma fala encantadora, capaz de manter presos os seus ouvintes. Esse deus gaulês é representado com uma corrente presa à sua língua e ligada aos ouvidos dos homens, que são amarrados nela.

Um relato do romano Luciano de Samosata explica perfeitamente toda essa simbologia de Ogmios. Nesse relato, Luciano conta que um camponês celta explicou para ele todos os símbolos da figura do deus. Segundo o camponês local, a corrente que sai de sua língua e se liga aos ouvidos dos homens é uma referência ao poder que suas palavras possuem sobre esses últimos. Também informou que o deus é comumente representado na figura de um ancião porque a arte da eloquência só atinge seu ápice nessa idade.

Nesse relato, Ogmios foi sincretizado com Hércules, pois, segundo Luciano, os celtas gauleses diziam que a arte da eloquência é intimamente ligada à força, então um deus que possui domínio sobre tal arte deve ser forte. A ligação da força com a eloquência é a mesma sugerida por John Arnott MacCulloch, isto é, a ideia de que um bom discurso inevitavelmente deixam os guerreiros mais motivados e mais fortes.

Bibliografia

WILLIAMS, Mark. “Ireland’s Immortals: A History of the Gods of Irish Myth”. Princeton University Press, 2016.

CALDER, G (trans.). “Auriacept na n’Eces”, Four Courts Press.

MARY, Jones. “The Ogham Tract”. Celtic Literature Collective. Disponível em: <http://maryjones.us/ctexts/ogham.html>. Acesso em: 03 de jan. de 2021.

MARY, Jones. “Oghma Grianainech”. Jones’s Celtic Encyclopedia. Disponível em: <http://www.maryjones.us/jce/ogma.html>. Acesso em: 03 de jan. de 2021.

MACCULLOCH, John Arnott. “The religion of the ancient Celts”. New York: Dover Publications, 1911.

CAREY, John. “Myth and mythography in Cath Maige Tuired”. Studia Celtica, 1989–1990.

SAMOSÁTA, Luciano. “Herakles”.


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