O Antigo Egito De Ramsés II (19a Dinastia).

O Fim das Reformas Amarnianas e a Ascensão da 19ª Dinastia.

### O FRACASSO DAS REFORMAS

O final da 18ª Dinastia foi marcado pelo Período Amarniano (1352-1295 a.C.), um período de intensa mudança religiosa e social liderado por Amenhotep IV, que mudou seu nome para Akhenaton. **Akhenaton implementou um culto monoteísta ao deus solar Aton, fechando templos dedicados a outras divindades e perseguindo o culto de Amon.** Essa mudança abrupta, descrita como “fanatismo incosequente” e um “culto à personalidade, palaciano sem adesão popular”, levou à instabilidade interna, guerras civis e invasões estrangeiras. A sucessão após Akhenaton foi complexa, com governantes como Smenkhkara (possivelmente a rainha Nefertiti), Tutankhaton (que mudou seu nome para Tutankhamon) e, finalmente, Ay e Horemheb, que conduziram a transição para a 19ª Dinastia.

### A RECONSTRUÇÃO APÓS O PERÍODO AMARNIANO

Tutankhamon, influenciado por conselheiros como Horemheb, iniciou a restauração da ordem, revertendo as políticas de Akhenaton e restabelecendo os cultos tradicionais. Textos da época descrevem o estado de abandono dos templos e a alegria dos deuses com a retomada de seus cultos por Tutankhamon. **Horemheb, sucessor de Tutankhamon, estabilizou o Egito interna e externamente, preparando o caminho para a 19ª Dinastia.** Ele escolheu o general Paramessu como seu sucessor, mesmo sem laços sanguíneos com a família real, demonstrando sua habilidade política e foco na estabilidade. Paramessu se tornou Ramsés I, inaugurando uma nova era de poder no Egito.

### VOLTA À DIVERSIDADE RELIGIOSA

**A ascensão de Ramsés I marcou a restauração da diversidade religiosa do Egito.** O culto a Amon foi restabelecido e os templos foram reconstruídos. Essa volta às raízes religiosas estabilizou o país após a crise do Período Amarniano.

### NOVA DINASTIA: RAMSÉS I (1295-1294 a.C.)

**Ramsés I, fundador da 19ª Dinastia, teve um reinado breve, mas significativo.** Ele era um experiente militar e administrador, tendo servido como Vizir e Sumo Sacerdote de Seth durante o reinado de Horemheb. Ele lançou as bases para o ressurgimento do Egito como potência militar e império expansionista. Sua tumba está localizada no Vale dos Reis (KV16) e sua múmia está no Museu de Luxor.

### SETI I: A RETOMADA IMPERIALISTA DO ANTIGO EGITO

**Seti I, filho de Ramsés I, governou por 11 anos (1294-1279 a.C.) e se dedicou à expansão do Egito.** Ele reconquistou territórios na Palestina e Síria, conteve ataques líbios e entrou em conflito com os hititas, conquistando Kadesh. **Seti I também foi um grande construtor, expandindo o Templo de Karnak, construindo o Templo de Abydos e um templo funerário em Qurna.** Sua tumba (KV17) no Vale dos Reis é uma das mais impressionantes do local.

### RAMSÉS II: O APOGEU EXPANSIVO DO ANTIGO EGITO

**Ramsés II, filho de Seti I, governou por 66/67 anos (1279-1213 a.C.) e levou o Egito ao auge de sua glória.** Ele teve um reinado longo, celebrou 14 Festivais Sed, teve cerca de 200 esposas e 100 filhos. **Ramsés II é considerado um dos maiores faraós do Egito, juntamente com Tutmés III.** Ele obteve vitórias contra piratas Sherdens, expandiu o domínio egípcio no Levante e na Núbia, e enfrentou os hititas na Batalha de Kadesh. Apesar da vitória egípcia em Kadesh, o conflito com os hititas continuou. **Ramsés II negociou um tratado de paz com os hititas, garantindo décadas de paz e marcando um momento importante na diplomacia antiga.** O “Poema de Pentaur” celebra a glória de Ramsés II e esse tratado de paz.

### MERENPTAH: AS GRANDES CAMPANHAS MILITARES

Merenptah, sucessor de Ramsés II, governou de 1213 a 1203 a.C. e enfrentou invasões de líbios e dos “Povos do Mar”. **Merenptah liderou campanhas vitoriosas contra esses inimigos, protegendo as fronteiras do Egito.**

### ESTELA DE MERENPTAH

**A Estela de Merenptah celebra as vitórias militares de Merenptah e menciona a derrota de um povo chamado “Israel”.** Essa é considerada a primeira referência extra-bíblica a Israel, tornando a estela um documento histórico crucial. A interpretação dessa menção, no entanto, é debatida entre estudiosos.