O Arbatel, um grimório paracelsiano.

Publicado por fraterabstru.

Em 1575, na Suíça, foi publicado anonimamente um livrinho em latim intitulado Arbatel1: de Magia Veterum – Summum Sapientiae Studium (“Sobre a Magia dos Antigos – O Estudo da Suprema Sabedoria”). Suas páginas contêm um total de 49 aforismos, divididos em sete grupos de sete. Embora seja um volume muito enxuto, o Arbatel é uma obra bizarramente densa e até hoje é bastante popular nos meios ocultistas. Para quem tem interesse na leitura dessa obra, ela foi traduzida para o inglês pelo grande Joseph Peterson numa edição bilíngue, sob o título Arbatel: Concerning the Magic of the Ancients, pela Ibis Press. Em português, há a edição Arbatel: a magia dos antigos pela editora Daemon, em tradução de Robson Bélli2.

(Antes de você prosseguir com a leitura, porém, vale lembrar que hoje é o ÚLTIMO DIA para inscrição no nosso curso de Magia TalismânicaLink aqui)

A maior parte do Arbatel poderíamos identificar como um texto sapiencial: a principal preocupação do seu autor anônimo é instruir o praticante para que ele se desenvolva espiritualmente e seja um magus, não um cacomagus. O que isso quer dizer? Afirma o livro: “um magus é, para nós, aquele a quem as essências espirituais servem para revelar o conhecimento do mundo inteiro e da natureza, seja visível ou invisível, pela graça divina” – o que é uma visão que encontrará claros ecos nos ideais magísticos dos séculos seguintes, especialmente no XIX. Em contrapartida, um cacomagus (do grego kakos, “feio, mau, perverso”) é “aquele que por permissão divina é servido por espíritos malignos, para sua perdição temporal e eterna, enfeitiçando os homens e desviando-os de Deus” (aforismo 41). E assim vários dos aforismos dizem respeito a qual é a postura correta diante dos conhecimentos espirituais, onde podemos encontrar os graus mais elevados de sabedoria, qual a conduta correta e assim por diante. Uma coisa interessante aí é que, embora recomende evitar as multidões, o Arbatel exorta o mago, no mesmo aforismo (#3) para que ele não se isole, mas procure, em vez disso, ativamente ajudar a sua comunidade usando as suas habilidades.

Tábua com os nomes e sigilos dos 7 espíritos olímpicos, junto com os nomes e sigilos dos arcanjos planetários. Vendida pela loja A Papisa.

Agora é claro que o motivo da popularidade do Arbatel entre os praticantes contemporâneos de magia cerimonial não é a sua sabedoria e bom senso, mas as coisas que dá para fazer com ele (o que nem sempre bate com a sabedoria ou o bom senso).

No 3º agrupamento de aforismos (começando no número 15), o autor nos apresenta os chamados “espíritos olímpicos”, os quais, apesar do nome, nada têm a ver com os deuses olímpicos, nem com deidades gregas ou pagãs no geral (e muito menos com as Olimpíadas, importante deixar claro). Seus nomes são Phul, Ophiel, Hagith, Och, Phaleg, Bethor e Aratron, cada um dos quais está associado a um dos sete planetas clássicos, respectivamente: a Lua, Mercúrio, Vênus, o Sol, Marte, Júpiter e Saturno. O autor nos oferece seus nomes, sigilos3 e aquilo que eles podem fazer pelo magista, além de outras curiosidades que são interessantes, mas não necessariamente têm relevância prática. Aratron, por exemplo, o olímpico de Saturno, governa 49 províncias espirituais (não, o livro não explica o que isso quer dizer, você que descubra falando com o espírito) e tem sob si 49 reis, 42 príncipes, 35 governadores etc, etc.

Esses espíritos também se revezam em governar a humanidade, cada um dos quais preside durante 490 anos (ou seja 7 períodos de 7 décadas). Assim, o primeiro governo foi de Bethor, o olímpico de Júpiter, que começou em 60 a.C. e foi até 430 d.C. (de novo, o porquê de o livro explicitar o ano 60 a.C. e não antes, é desconhecido). Na sequência veio Phaleg, até 920, depois Och até 1410 e Hagith até 1900. Seguindo a sequência planetária, nós devemos estar na era de Ophiel, o olímpico de Mercúrio, o que para mim faz todo o sentido, dado o modo como o século XX e o XXI até agora foram e seguem sendo o playground das tecnologias de comunicação. Phul assumirá em 2390, se o mundo não acabar antes.

Espíritos planetários são o arroz com feijão dos grimórios da tradição ocidental. No Livro Jurado de Honório, no Heptameron, no livro II da Filosofia Oculta de Agrippa, temos lá listas de quais são os anjos, inteligências e demônios de cada planeta, todos inseridos numa hierarquia bem estruturada com uma cadeia de comando clara, de modo que assim o magista sempre começa de cima para baixo, chamando as forças mais sutis para controlarem as mais densas. O Arbatel se desvia disso, porque não há qualquer menção de onde na hierarquia celestial os olímpicos se inserem. Não sabemos, pelo texto, se são anjos ou outra coisa, e aí é claro que esse mistério só serve para intrigar a gente ainda mais e despertar o interesse dos magistas. Já já vamos falar um pouco mais sobre isso.

O sigilo de Bethor, olímpico de Júpiter, a partir do Arbatel. Segundo o grimório, Bethor exalta quem for dignificado com seu sigilo com “as maiores dignidades, expõe tesouros e garante a cooperação dos espíritos do ar, para que eles deem respostas verdadeiras. Eles transportarão coisas e pedras preciosas de lugar a lugar e fornecerem medicina milagrosa em seus efeitos. Ele também confere familiares do firmamento e é capaz de prolongar a vida até os 700 anos, se Deus o permitir”.

Arbatel também destoa de outras tradições como a salomônica, porque sua abordagem à conjuração é despojada. Em outros grimórios, você vai ter instruções detalhadas em termos de preparação (preces, jejuns, banhos), ferramentas (túnica, varinha, círculo) e fórmulas para serem recitadas. Há uma invocação de Deus (aforismo 14) a ser feita como prece preliminar, depois a invocação e dispensa do espírito (aforismo 21), apenas com a instrução de que o espírito deve ser conjurado no dia do planeta, ao amanhecer, e você não deve aporrinhá-lo durante mais de um hora, a não ser que ele já esteja bem apegado a você. Não há nenhuma menção explícita a ferramentas, círculo, triângulo, nem nada do tipo.

A respeito disso, há duas interpretações: alguns magistas entendem que a parte das ferramentas para conjuração seria descrita num volume posterior (o Arbatel se apresenta como o primeiro de nove volumes de uma série de obras mágicas, mas nenhum dos oito outros volumes existe neste plano físico) ou até mesmo fica aí implícita, e o autor imagina que você já seja um magista experiente e saiba como fazer as coisas. É mais ou menos como o infame “add the usual” (“acrescente o de sempre”) dos PGM. A outra interpretação é a de que o ritual é despojado mesmo e é para ser simplão, coerente com a filosofia protestante à qual a obra se filia.

Um dos autores contemporâneos que defende essa abordagem minimalista é o B. J. Swain, em seu Living Spirits, um belo livrinho que ensina a trabalhar com seres de diversas esferas da realidade. O rootworker e oraculista Balthazar, que toca um canal no YouTube em que ele elabora rituais simplificados e inspirados no Hoodoo para trabalhar com espíritos da tradição ocidental, tem também vídeos de rituais nessa linha com os olímpicos (aqui e aqui).

No Brasil, tem o Dalton, do canal Covil do Eremita, que defende igualmente essa abordagem simplificada, motivo pelo qual o Arbatel tende a ser indicado para servir de introdução à magia cerimonial planetária para os iniciantes. No canal dele, vocês podem conferir um curso gratuito de como trabalhar com esse grimório e, segundo seus relatos, seus alunos apresentam um alto grau de sucesso.

Outros livros interessantes de magistas contemporâneos que tratam do Arbatel e dos olímpicos na prática de que eu consigo me lembrar agora incluem: Practical Planetary Magick, da Sorita D’Este & David Rankine; Magical Imagination, do Nick Farrell, e Talismanic Magic for Witches, do Frater Barrabbas. No Brasil, eu lembro de ter visto instruções de trabalhos com esses espíritos no Manual de Kabbalah Prática, de que eu falei no texto sobre a Clavicula Salomonis, apesar de alguns erros factuais cometidos pelos autores4.

Mas, de todos os autores que eu conheço, quem realmente teve uma experiência profunda com os olímpicos foi o Frater Acher, do blog Theomagica e coautor do curso Quareia, junto com a Josephine McCarthy. E a experiência dele me parece ser dividida em três etapas.

O altar de Frater Acher. Imagem do seu blog.

Tudo começa com a série “The Arbatel Experience”, registrada no Theomagica. O primeiro ritual da série foi com Phul, o olímpico da Lua, realizado em novembro de 2010. Indo na contramão da abordagem minimalista, Acher usou toda a parafernália mágica, com adaga, espada, círculo, triângulo, tudo, além dos rituais do pentagrama e hexagrama da Golden Dawn. Seus resultados são interessantíssimos e para quem consegue ler em inglês com facilidade, recomendo demais a leitura. Depois ele foi avançando pelas esferas, na ordem planetária clássica, até Bethor, o olímpico de Júpiter. Se ele chegou a trabalhar com Aratron, de Saturno, aí eu não sei, porque ele interrompe a experiência antes. Nesse processo, ele entrevista os espíritos e o que Bethor lhe diz parece ser revelador da natureza desses espíritos:

Acher: Qual sua relação com o meu Sagrado Anjo Guardião?

Bethor: O seu anjo me encolhe, como fazem todos os anjos. Eles me confinam, tomam fagulhas e gotas de minhas forças e as misturam com os padrões dos outros espíritos da criação. Se eu tiver permissão, hei de me estender em todas as direções; o seu anjo cria alinhamento e ajuste. São os apicultores da vida.

Acher: O que é um “apicultor da vida”?

Bethor: Todos os anjos. Nós [os espíritos olímpicos] formamos a superestrutura da criação; sem nós nada jamais existirá na Terra. E, no entanto, estamos separados pelo espaço em nossas próprias esferas. Não nos misturamos, nem nos associamos por conta própria. Somos misturados e associados pelos anjos a cada vez que um novo ser é criado.

Durante a operação com Ophiel, ele também havia chegado à conclusão de que, como comentado previamente por Rankine, os olímpicos seriam espíritos alinhados com todos os quatro elementos, o que lhes dá essa conexão direta com a criação da nossa realidade… e é por isso que, segundo outros magistas, mais centrados em obter resultados, eles dão resultados tão rápidos e eficazes5. No entanto, a conclusão a que o Frater Acher chega é a de que é melhor não se engajar com os olímpicos diretamente e jamais tentar manipulá-los. O que nos leva à segunda fase do trabalho dele.

No currículo do Quareia, vocês vão observar que há um módulo inteiro dedicado ao Arbatel – e é um módulo dos mais avançados: o 4, de Adepto: The Arbatel and planetary magic. Aqui, nessas sete lições (são oito ao todo tecnicamente, mas a oitava “lição” é só um pdf com o facsímile do Arbatel inteiro no original), em vez de oferecer qualquer instrução mais prática, passo a passo ou algo do tipo, a Josephine e o Frater Acher se dedicam a destrinchar o Arbatel, esmiuçando cada detalhe não apenas do livro em si, mas do sistema mágico completo que está escondido ali. E o que eles encontram é meio chocante.

Na verdade, o que a gente encontra no Quareia é o registro de um módulo abortado. A princípio o que ela queria era oferecer a oportunidade para que os alunos acessassem o sistema do Arbatel em visão (projeção astral), explorando as camadas de seus segredos. No entanto, o sistema possui guardiões que não gostaram dessa tentativa de hackeamento e entraram em ação na hora, tocando o terror na vida dos dois autores. Ela relata esses acontecimentos neste post do blog. Por isso, o módulo acabou abortado e o que eles puderam, no fim, revelar (com muitos cortes) foi esse registro do que aconteceu e do que eles descobriram nas camadas do texto.

Agora o que é chocante de verdade é que, na primeira lição, a Josephine conclui o seguinte: que o Arbatel é “um texto poderoso, porém profundamente desequilibrado: conforme suas camadas vão subindo à superfície, rapidamente fica aparente que se trata de uma obra de ascensão abraâmica e capaz de potencialmente desencadear destruição na forma de um “julgamento final”, i.e. “desencadear a morte física” do praticante (grifos da autora).

Pode parecer um pouco dramático, ainda mais no contexto de uma obra que tem se apresentado como acessível para iniciantes buscando resultados rápidos com magia planetária. Mas aí eu deixo para vocês lerem e se decidirem.

Só que esse não foi o fim dos experimentos do Frater Acher (como eu falei, dá para dividir a experiência dele em três fases). Nos últimos anos, ele vem publicando os livros de uma trilogia com os títulos Holy Daimon (2018), sobre o trabalho com o Sagrado Anjo Guardião, Black Abbot – White Magic (202), sobre a obra de Trithemius, e Holy Heretics (2022), que é sobre o Arbatel, os olímpicos e sua conexão com a obra do hermetista, médico e alquimista suíço Theophrastus Bombastus von Hohenheim, ou Paracelso (1493 – 1541).

Frontispício original do Arbatel, digitalizado no Google Books.

Já falamos de Paracelso aqui antes, quando tratamos dos seres dos quatro elementos. Em Holy Heretics, Acher comenta duas outras obras relevantes que embora não sejam de Paracelso propriamente, já que sua atribuição parece ser espúria, seriam do círculo de magistas e alquimistas dessa linhagem paracelsiana ou desse círculo de paracelsianos que operava na Suíça à época. Uma dessas obras é Astronomia Olympi novi, escrita provavelmente por Adam Haslmayr (c.1560–1630) e publicada como parte do volume Philosophia Mystica (1618). O termo “novo Olimpo” aqui parece ser relevante para entendermos o sentido de “olímpico” na descrição desses espíritos, na medida em que, nesse contexto, a referência parece ser não o Olimpo dos deuses clássicos da antiguidade, mas algo como uma nova religião universal por vir, que era a busca de pelo menos alguns cabalistas cristãos e perenialistas dessa época. O outro livro que Acher analisa é um tratado mágico chamado Arcanum Arcanorum (O Segredo dos Segredos), onde aparecem os sete espíritos olímpicos propriamente, citados por nome. Na operação descrita por Pseudo-Paracelso, há instruções para se trabalhar com esses espíritos junto com trabalhos de preparação alquímica e metalurgia para que esses espíritos o auxiliem na comunhão com seu dáimon pessoal. Em Holy Heretics, Frater Acher oferece uma tradução e comentário a esse texto, mas é um livro longo e denso, por isso vou parar por aqui. Quem tiver interesse, pode consultar esse material diretamente (não é preciso ler os outros livros da trilogia antes).

Em todo caso, a jornada do Frater Acher é fascinante. Você pode não ter interesse em magia de grimórios ou mesmo em praticar nada de fato e ser só um magista de poltrona, mesmo assim eu acho que vale a pena ler a série de posts do Arbatel Experience no blog Theomagica e as lições do módulo do Arbatel no Quareia.

A perspectiva final, no entanto, é um pouco contraditória: o que diabos é o Arbatel, então? Seria um grimório simples e acessível para iniciantes, que fornece uma forma de obter resultados eficazes com magia astrológica, valendo-se de um método menos tecnicamente exigente e com seres menos intimidadores do que anjos e demônios? Ou um sistema de transformação espiritual tão profundo quanto é perigoso? Eu, por ora, não tenho como responder a essa pergunta, mas não acho impossível as duas coisas coexistirem, com níveis diferentes de acesso (pensa no exemplo da farmácia de bairro que na verdade é uma fachada para o crime organizado). Só tenho dificuldades em conciliar essa perspectiva de eles serem espíritos muito próximos do material (e por isso capazes de agir com eficácia para manifestar coisas) e ao mesmo tempo terem essa dinâmica tão transcendental e os possíveis objetivos de uma nova religião universal. Enfim, mistérios…

Da minha parte, não posso dar respostas, nem oferecer dicas para esse trabalho, porque não pretendo explorar o Arbatel tão cedo. Tive uma única experiência com esses espíritos e achei um tanto esquisita. Pelo visto, há uma minoria de praticantes que parece que não se dá bem com eles, o que inclui, até onde eu tenho notícia, eu e o Wellington, do canal De Monge a Mago (a experiência dele está descrita neste vídeo). Embora a minha experiência não tenha sido tão ruim quanto a dele, o trabalho não deu em nada e as previsões no tarô caso eu desse prosseguimento eram catastróficas. E aí eu que não sou idiota de insistir se a previsão é negativa. Mas foi bom ter a experiência na pele, porque serviu para deixar claro que esses espíritos não são angelicais (o chakra da coroa não reage à presença deles), mas alguma outra coisa.

Por fim, para quem tem um interesse mais acadêmico nesse material, saiu recentemente no blog da Hermetic Library um anúncio da publicação do livro 5 Early Grimoires of The Olympic Spirits, editado e traduzido por Benjamin Adamah. Esse volume compila, como o título indica, cinco livros antigos: Theosophia Pneumatica (1686), a edição alemã do Arbatel (1686), Fausti Höllenzwang – Mirakel-Kunst und Wunder-Buch (1504), o capítulo faustiano de Die Pentacula derer Sieben Olympischen Geister (1505), contendo variações dos sigilos e o Vera Atque Brevis Descriptio Virgulae Mercurialis (1532). Talvez dê para encontrar aí alguma pista para ajudar a desvendar o mistério desses espíritos.

  1. Sobre o título do livro: ninguém sabe o que a palavra Arbatel quer dizer. O frontispício nos mostra esse nome em hebraico (álef, resh, bet, ayin, tau, álef, lamed). Armadel e Almadel são também outros nomes de grimórios renascentistas famosos, cujo nome não necessariamente tem algum significado conhecido. Nomes terminados em -el são comuns na magia angelical, por isso essa parte não é estranha, mas a sequência álef, resh, bet, ayin, tau pode apontar para uma palavra em hebraico legítimo, e inclusive um dos significados é o número quatro. O que isso quer dizer, porém, é um mistério (o primeiro de muitos com essa obra). ↩︎
  2. Eu não sei se a tradução para o português foi feita diretamente do latim. ↩︎
  3. O desenho dos sigilos dos olímpicos são marcantes por conta de seu aspecto geométrico e linhas retas, lembrando um pouco um tipo de circuito. ↩︎
  4. Imagino que seja o resquício de uma época pré-internet em que havia uma maior dificuldade para se acessar esse material, pois os autores citam o Arbatel a partir de uma edição espanhola que erroneamente atribui a autoria do grimório a Agrippa. ↩︎
  5. Segundo Dalton, os olímpicos seriam espíritos da sefira cabalística de Malkut, a mais próxima do plano material. ↩︎

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