O uraeus é a naja de bote armado usada como símbolo da soberania, realeza, divindade e autoridade divina no Egito. Representa Wadjet, deusa primitiva do Baixo Egito que era padroeira do Delta do Nilo e protetora de todo o Baixo Egito.
Os faraós usavam-no como ornamento ou no alto da cabeça ou na testa, indicando a proteção de Wadjet e seu asseguramento da soberania do poder do monarca – e, portanto, sua legitimidade. Remete também às características ctônicas das serpentes e à sua relação com a imortalidade, uma vez que suas trocas de pele são entendidas como indicadoras de um ciclo contínuo de morte e renascimento.
Com a unificação do Egito, a imagem de Nekhbet, deusa identificada com o abutre e padroeira do Alto Egito, juntou-se à de Wadjet na coroa dos faraós, sem que as duas divindades se fundissem, no sincretismo recorrente no Egito. Juntas, eram conhecidas como “as duas senhoras”, protetoras comuns e patronas do Reino Unido.
Mais tarde, à medida que o culto de Ísis foi absorvendo o das demais Grandes Deusas egípcias, dizia-se que o primeiro uraeus fora criado por Ísis, a partir do pó da terra e da saliva de Rá, e usado pela deusa para conquistar o trono do Egito para Osíris.
Acreditava-se que o uraeus protegesse seu portador cuspindo fogo pelo olho da deusa – que em épocas posteriores seria facilmente associado a outros “olhos” como entidades protetoras, tais como o Olho da Lua, o Olho de Hathor, o Olho de Hórus e o Olho de Rá.
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