A Economia Egípcia no Período Raméssida.
4.1) Agricultura e Pecuária no Período Raméssida
A agricultura e a pecuária foram os pilares da economia egípcia durante o Período Raméssida. A fertilidade do vale do Nilo, proporcionada pelas inundações anuais do rio, permitia o cultivo de uma variedade de culturas, como trigo, cevada, linho e papiro. O trigo e a cevada eram os principais alimentos básicos da população, enquanto o linho era usado para a produção de tecidos e o papiro para a escrita.
A pecuária também desempenhou um papel crucial na economia, fornecendo carne, leite, couro e força de trabalho para o arado e o transporte. Bois, ovelhas, cabras e porcos eram os animais mais comuns.
O estado, por meio do faraó e dos templos, controlava grande parte das terras cultiváveis e dos recursos hídricos. Os camponeses, que constituíam a maior parte da população, trabalhavam nas terras do estado ou dos templos, pagando impostos em forma de grãos e outros produtos.
Vale ressaltar que a escravidão não era a base da economia egípcia. O trabalho compulsório, como o pagamento de dívidas e a corveia, era mais comum.
4.2) A Metalurgia, a Artesania e a Manufatura no Período Raméssida
O Período Raméssida testemunhou avanços significativos na metalurgia, artesanato e manufatura. O cobre, o bronze, o ouro e a prata eram utilizados para a produção de ferramentas, armas, joias e objetos de luxo.
As oficinas reais e dos templos empregavam artesãos especializados na produção de uma ampla gama de produtos, como cerâmica, vidro, móveis, tecidos e papiros. A tecelagem era uma importante atividade econômica, com o linho egípcio sendo altamente valorizado em todo o Mediterrâneo.
O comércio desempenhava um papel importante na economia, com o Egito exportando produtos manufaturados, grãos e papiros para outros países da região. As importações incluíam madeira, pedras preciosas, metais, incenso e escravos.
4.3) As Grandes Construções no Período Raméssida
O Período Raméssida foi marcado por um ambicioso programa de construções, com a ereção de templos, palácios, estátuas e tumbas monumentais. Os faraós da época, como Ramsés II e Ramsés III, buscavam glorificar seus reinados e fortalecer o poder do estado através da construção de grandes obras.
A construção em larga escala demandava uma grande força de trabalho e recursos. Milhares de trabalhadores, incluindo pedreiros, escultores, pintores e carregadores, eram empregados na construção desses projetos.
Os templos, em particular, desempenhavam um papel importante na economia. Eles controlavam grandes extensões de terra, empregavam milhares de pessoas e administravam oficinas e armazéns.
O Papiro Harris 1 fornece informações detalhadas sobre as posses dos templos durante o reinado de Ramsés III. O templo de Amon em Tebas, por exemplo, possuía vastas extensões de terra, milhares de cabeças de gado e empregava um grande número de trabalhadores.
4.4) O Complexo Econômico Funerário no Período Raméssida
A crença na vida após a morte era central na cultura egípcia. A preparação para a vida após a morte impulsionava um complexo econômico funerário, que incluía a construção de tumbas elaboradas, a mumificação dos mortos e a produção de bens funerários.
As tumbas dos faraós e nobres eram ricamente decoradas com pinturas, esculturas e objetos de valor. A mumificação era um processo complexo e caro, realizado por especialistas.
A produção de bens funerários, como amuletos, estatuetas e vasos canópicos, era uma importante atividade econômica. Esses objetos eram colocados nas tumbas para acompanhar o falecido na vida após a morte.
O Vale dos Reis, local de sepultamento dos faraós do Novo Império, tornou-se um importante centro econômico durante o Período Raméssida. A construção e decoração das tumbas reais geravam empregos e estimulavam a economia local.
Conclusão
A economia do Egito Antigo durante o Período Raméssida era complexa e diversificada. A agricultura e a pecuária eram as bases da economia, enquanto a metalurgia, o artesanato e a manufatura produziam uma ampla gama de produtos.
A economia era impulsionada pelo estado, pelos templos e pela crença na vida após a morte. Grandes construções, como templos e tumbas, demandavam uma grande força de trabalho e recursos, enquanto a preparação para a vida após a morte gerava um complexo econômico funerário.
O comércio exterior complementava a economia, com o Egito exportando produtos manufaturados e importando matérias-primas e bens de luxo. Em suma, o Período Raméssida foi uma era de prosperidade e crescimento econômico no Egito Antigo.
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