O Antigo Egito De Ramsés III (20a Dinastia).

 Ramsés II: O Apogeu Defensivo do Antigo Egito Imperialista

Embora Ramsés II seja frequentemente associado ao auge do poder egípcio, ele não pertence à XX Dinastia, mas sim à XIX. A inclusão de Ramsés II neste tópico sugere uma análise da transição entre as dinastias e como seu reinado impactou o período subsequente.

O final da XIX Dinastia foi marcado por disputas de poder após a morte de Merenptah. Seth II, Amenemessu, Siptah e a rainha Tausert governaram em rápida sucessão, num período de instabilidade. Tausert foi a última governante da dinastia.

A XX Dinastia iniciou-se com Setnakht (1186-1184 AEC), cujo reinado, embora curto, foi crucial para restaurar a ordem após o caos do período anterior. Ele enfrentou desafios como a instabilidade interna e ameaças asiáticas, consolidando o poder da nova dinastia.

 RAMSÉS III.

Ramsés III, sucessor de Setnakht, é considerado o “último grande herói” do Egito, tendo realizado grandes obras e enfrentado diversas invasões.

5º Ano: enfrentou a invasão líbia
8º Ano: enfrentou os “povos do mar”
11º Ano: enfrentou outro ataque líbio
•12º Ano: concluiu Medinet Habu
•20º Ano: Expedições :
• Punt (incenso) Cobre (Timna)
• Sinai (turquesa)
• 28º Ano: invasão líbia em Tebas
• 29º Ano: greve dos construtores
• 30º Ano: jubileu: festival Sed
• 31º Ano: Conspiração do Harém

Seu reinado, porém, também testemunhou os primeiros sinais de declínio.

A greve dos trabalhadores de Deir el-Medina no 29º ano de seu reinado demonstra as tensões sociais e econômicas crescentes.

A conspiração do harém no ano seguinte, que envolveu até mesmo a rainha Tiye e seu filho Pentauer, revela instabilidade interna e lutas pelo poder dentro da própria família real.

 De Ramsés IV a Ramsés VIII: Um Império em Ebulição.

Os  Reinados  de Ramsés IV a VIII foram marcados por dificuldades crescentes. Enfrentaram problemas como:

  • Instabilidade econômica: Greves de trabalhadores, atrasos nos pagamentos, corrupção e flutuação nos preços dos grãos.
  • Pressão externa: Ataques líbios constantes, perda de territórios na Palestina e crescente dificuldade em manter o controle sobre a Núbia.
  • Problemas de segurança interna: Aumento dos roubos de túmulos, demonstrando a fragilidade do sistema legal e a crescente insegurança.

Este período demonstra um Egito em ebulição, com os alicerces do império gradualmente se enfraquecendo.

 De Ramsés IX a Ramsés XI: Crises do Final da XX Dinastia

Os reinados de Ramsés IX a XI aprofundaram a crise do Egito. O império, outrora vasto, via-se reduzido a “resíduos”. A autoridade do faraó diminuía, enquanto o poder dos sacerdotes de Amon em Tebas crescia, culminando na figura de Herihor, que governou o sul do Egito paralelamente a Ramsés XI.

As crises enfrentadas foram:

  • Problemas Econômicos: Greves de trabalhadores continuaram, evidenciando a fragilidade econômica. O “Ano das Hienas” durante o reinado de Ramsés XI sugere um período de fome severa.
  • Insegurança generalizada: Roubos de tumbas, templos e palácios tornaram-se frequentes. A corrupção dentro do clero, com sacerdotes envolvidos nos roubos, minou ainda mais a autoridade do Estado.
  • Perda de controle territorial: Ataques líbios constantes culminaram no saque de Tebas, demonstrando a incapacidade do governo central em proteger suas cidades.

Este período marca o colapso da autoridade central do Egito e o início de sua fragmentação.

 A Fragmentação do Antigo Egito Imperial

A fragmentação do Egito, já evidente no final da XX Dinastia, consolidou-se após a morte de Ramsés XI. O país dividiu-se em dois: o norte, governado por Smendes, e o sul, dominado pelos sacerdotes de Amon em Tebas.

Este processo foi gradual e resultado de diversos fatores, incluindo:

  • Enfraquecimento do poder real: As crises sucessivas minaram a autoridade do faraó, abrindo espaço para o crescimento do poder de líderes locais e sacerdotes.
  • Pressões externas: As constantes invasões líbias desgastaram o exército e a capacidade do Estado em defender suas fronteiras, incentivando a fragmentação do poder.
  • Problemas econômicos: As greves, a corrupção e a instabilidade econômica enfraqueceram o governo central e dificultaram a administração do vasto território egípcio.
  • A fragmentação do Egito marcou o fim do Império Novo e o início do Terceiro Período Intermediário, caracterizado pela instabilidade política e pela divisão do país. A XX Dinastia, portanto, representa um período crucial na história egípcia, testemunhando a transição de um império poderoso para um estado fragmentado e vulnerável.

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